quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pocahontas - A verdadeira história

Pocahontas: (?/?/1593 - 23 de março de 1617)
Em 1995, Roy Disney decidiu lançar um novo filme de animação sobre a história de uma mulher da tribo Powhatan, que ficou conhecida como Pocahontas.
Os descendentes da tribo, através do Chefe Roy Crazy Horse, demonstraram indignação diante das declarações de Roy Disney que afirmou que o filme é “responsável, bem apurado e respeitável”.

“Nós, da Nação Powhatan, discordamos das afirmações de Disney. O filme apresenta uma visão distorcida que vai muita além da história original. Nossas ofertas para ajudar a Disney em aspectos culturais e históricos foram rejeitadas. Tentamos fazer com que a Disney corrigisse os erros ideológicos e históricos do filme, mas fomos ignorados. Pocahontas é um apelido que significa ‘a metida’ ou ‘criança mimada’. O seu nome real era Matoaka. A história conta que ela salvou o herói britânico, John Smith que seria executado pelo seu pai em 1607. Nesta época, Pocahontas teria apenas entre 10 e 11 anos de idade. Além disso, Smith foi descrito por seus companheiros colonizadores como “agressivo, ambicioso, e um soldado que gostava de se auto-promover.”

De todos os filhos do chefe da tribo, Powhatan, somente Pocahontas ficou conhecida, primeiramente
porque se tornou uma heroína dos Euro-americanos conhecida como 'A Boa Índia’ porque salvou a vida de um homem branco. Não foi somente o tema “bom índio/mau índio” que ganhou nova vida através da Disney, mas a história publicamente conhecida pelos ingleses, foi falsificada em nome do entretenimento. A verdade é que a primeira vez que John Smith contou a história sobre seu resgate foi somente 17 anos após o acontecido. E entre as três versões contadas pelo pretensioso Smith estava a versão em que dizia ter sido salvo por uma mulher selvagem. Ainda, em um artigo Smith escreveu sobre o período pelo qual conviveu com a tribo Powhatan durante o inverno. O soldado caçador de aventuras contou que ficou estabelecido na aldeia confortavelmente como um convidado de honra de Powhatan, seus filhos e irmãos. No entanto, a maioria dos pesquisadores sobre a colonização Americana acredita que o incidente relatado por Smith é um fato não verídico, principalmente por este fazer parte do longo artigo que foi usado como justificativa para a declaração de Guerra contra o povo de Pocahontas.

Os euro-americanos devem se perguntar por que foi conveniente elevar a fábula contada por Smith a um status de mito nacional tão importante a ponto de este ser reciclado pela Disney Animation. A imprensa cinematográfica ainda transformou a menina Pocahontas em uma jovem mulher. Apesar do que diversos desenhos mostram, Smith era na verdade um homem de meia idade, de cabelos castanhos, de barba e cabelos longos. Ele era um dos líderes colonos, e, em 1607, fora raptado por caçadores Powhatans. Ele possivelmente seria morto, mas Pocahontas interveio, conseguindo convencer o pai que a morte de John Smith atrairia o ódio dos colonos.

Graças a esse evento [e mais duas oportunidades em que Pocahontas salvou a vida dos colonos], os Powhatan fizeram as pazes com os colonos. Ao contrário do que dizem os romances sobre sua vida, Pocahontas e Smith nunca se apaixonaram. Smith serviu como um tutor da língua e dos costumes ingleses
para Pocahontas. Vale lembrar que os colonos respeitavam seriamente Pocahontas. Em 1609, um acidente com pólvora obrigou John Smith a se tratar na Inglaterra, mas os colonos disseram a Pocahontas que Smith teria morrido.

A verdadeira história de Pocahontas tem um triste final. Em 1612, com apenas 17 anos, ela foi aprisionada pelos ingleses enquanto estava em uma visita social e foi mantida na prisão de Jamestown por mais de um ano. Durante o período de captura, o inglês John Rolfe demonstrou um especial interesse na jovem prisioneira. Como condição para Pocahontas ser libertada, ela teve de se casar Rolfe, que era um dos mais importantes comerciantes ingleses no setor de tabaco.

Pocahontas passou um ano prisioneira, mas tratada como um membro da corte. Alexander Whitaker, ministro inglês, ensinou o Cristianismo e aprimorou o inglês de Pocahontas, e, quando este providenciou seu batismo cristão, Pocahontas escolheu o nome de Rebecca.

Logo após isso, ela teve seu primeiro filho, a qual deu o nome de Thomas Rolfe. Os decendentes de Pocahontas e John Rolfe ficaram conhecidos como ‘Red Rolfes’.

Em 1616, Rolfe, Rebecca/Pocahontas e Thomas, viajaram para Inglaterra. Junto a eles, onzes membros da tribo Powhatan, incluindo o sacerdote Tomocomo. Na Inglaterra, Pocahontas descobriu que Smith estava vivo, mas não pode encontrá-lo, pois estava viajando. Mas Smith mandou uma carta a Rainha Anne,
informando que fosse tratada com nobreza. Pocahontas e os membros da tribo se tornaram imensamente populares entre os nobres, e em um evento, Pocahontas e Tomocomo se encontraram com o Rei James, que criou uma imensa simpatia com ambos. Em 1617, Pocahontas e John Smith se reencontraram. Smith escreveu em seus livros que durante o reencontro, Pocahontas não disse uma palavra a ele, mas quando tiveram a oportunidade de conversarem sozinhos por horas, ela declarou estar decepcionada com ele, por não ter ajudado a manter a paz entre sua tribo e os colonos. Meses depois, Rolfe e Pocahontas decidem retornar a Virginia, mas uma doença [provavelmente varíola] obrigou a retornarem com o navio. Entretanto, ao chegar na  costa, Pocahontas morre.

Após sua morte, diversos romances foram escritos, sendo que todos retratavam um romance entre Smith e Pocahontas. A maioria, ainda, tratava John Rolfe como um vilão, que teria separado os dois, e casado com Pocahontas a força. Apesar de sua fama, as figuras encontradas sobre Pocahontas sempre foram de caráter fantasioso, sendo a mais real figura de Pocahontas, a pintura de Simon Van de Passe. O filme da Disney sobre Pocahontas apresenta em sua trilha sonora uma canção considerada um dos maiores hinos de preservação ambiental. A canção se chama Colors of the Wind (As Cores do Vento), regravada por cantoras como Vanessa Williams e Vanessa Hudgens. O 1º filme da Disney sobre Pocahontas relata o relacionamento dela com John Smith. Porém, sua continuação Pocahontas 2 - Uma jornada para o novo mundo, mostra seu relacionamento com John Rolfe.

Hoje em dias, muitas pessoas tentam associar sua árvore genealógica a Pocahontas, incluindo o ex-presidente George W. Bush, mas na verdade, ele seria descendente apenas de John Rolfe, a partir de um filho de um casamento posterior a morte de Pocahontas. Entre as pessoas confirmadas como descendente de Pocahontas destaca-se Nancy Reagan, viúva de Ronald Regan.

O chefe Powhatan morreu na primavera seguinte. Os descendentes da tribo de Pocahontas foram dizimados e suas terras foram tomadas por colonizadores. “É triste que essa história, da qual euro-americanos deveriam se envergonhar, se tornou meio de entretenimento, perpetuando um mito irresponsável e falso sobre a Nação Powhatan.” Chief Roy Crazy Horse.

7 comentários:

  1. O que eu mais quero é poder voltar no tempo e mudar tudo isso mas não posso.
    Vou contar para todos a verdadeira história de Matoaka,e eu sou completamente apaixonada por ele :)
    Sou descendente da tribo Baré,mas eu adoro ela,mesmo estando morta,Bjo

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  2. Olá, achei muito interessante e pertinente a minha que estou fazendo como trabalho final de graduação. Estou realizando uma analise de Pocahontas desde a versão escrita por John Smith até a ultima versao Avatar. Constratando os dados em comum e divergentes sobre o mito. Gostei muito desse artigo porque aqui a historia esta sobre o ponto de vista dos indigenas.

    Gostaria de saber se você tem referencias e ouros dados que possam me ajudar nessa pesquisa.

    Desde de já, agradeço a sua atenção

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    1. lana querem faustino7 de agosto de 2012 às 18:05

      tabem achei muito bom meu nome é lana prazer cinthia eu consegui fazer meu trabalho de bibilhoteca e historia com essa otima lenda

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  3. Sou descendente!Amo muito a natureza e oq ela nos oferece..Sou totalmente contra a diversas coisas q os brancos fazem pra usufruir de nossas terras!Se cuida moça!E muita sorte na sua jornada de qerer fazer com q as pessoas pensem de outra forma!Bjs

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  4. Na época em que o filme foi lançado eu soube da polêmica, mas não me interessei muito. Agora tenho uma filha de três anos e seleciono tudo que ela lê, assiste e ouve. Sou alagoana, meus tataravós eram índios, mas não sabemos mais do que nos conta nossa avó - pouca coisa mesmo, pois ela era ainda pequena qdo eles faleceram. É uma história que eu gostaria de resgatar, mas não sei por onde começar. Vou segui seu blog, que achei muito bom e meu ponto de partida.
    Bjus

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  5. achei muito bomconseguir fazer o trabalho da escola de lendas vou tirar 10 em bibilhoteca e historia

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  6. lana querem faustino7 de agosto de 2012 às 18:07

    quebom esse site vou ser uma membra cheiotimo além de falar duma lenda indigena muito boa e é a minha preferida

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