sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Aldeia Maracanã - E agora?

Quantos são os cariocas que sabem da existência de uma aldeia indígena em plena Grande Rio? Você sabia?... Pois é, quase ninguém sabe de algo de tanta importância para o nosso país, nossa história e valores.

A Aldeia Indígena Maracanã é situada, por assim dizer, no bairro Maracanã. Compreende em um grande casarão, um grande terreno de árvores frutíferas e as moradias dos índios, que são feitas de barro. Este casarão é datado de 1862, tendo abrigado em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio, fundado pelo Marechal Rondon, além de ter sido o primeiro Museu do Índio da América Latina, fundado por Darcy Ribeiro, um dos mais importantes intelectuais brasileiros.



O local atrai pessoas de diversos países, como Alemanha, França, Itália, Estados Unidos, etc. Fora turistas do próprio Brasil.

"Os indígenas lutam para que o local abrigue a primeira Universidade Indígena do Brasil, de acordo com projeto desenvolvido na UERJ pelo primeiro cotista para esse grupo étnico." (Palavras de Afonso Apurinã).

Mas, e agora? Protestos já foram feitos, cartas já foram enviadas, petições já foram assinadas, mas não há nenhuma resposta para esse silêncio agoniante. O fato é que, esse local, que pertence aos índios, que tem toda a documentação correta, que abriga mais de 15 etnias, agora faz parte do projeto de privatização do Estádio do Maracanã. O plano é transformar o local em estacionamento para a próxima Copa das Federações. Conseguimos entregar uma carta ao secretário da FIFA, falamos com a FUNAI (a qual nunca se pronuncia) e índios de diversas tribos estão vindo para o Rio de Janeiro para proteger o patrimônio deles. De Cabral à Cabral, são 512 anos de genocídio. Até quando um país tão rico quanto o Brasil ficará mais uma vez cego e indiferente à tudo por causa do futebol?

Por que não investir na aldeia, melhorá-la, para que os estrangeiros que venham a copa, possam visitá-la? É isso que eles querem ver... Local para estacionar, se encontra!


Po or favor, assine essas duas petições que serão entregues ao nosso ilustríssimo Sérgio Cabral. É rápido e não custa nada, é até mais fácil e acessível do que sair para ir à um protesto, e nem tem spray de pimenta!


Apesar da ordem de demolição do Museu do Índio e da declaração do governador Sérgio Cabral, de que “o imóvel não possui valor histórico”, a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU/RJ) ajuizou duas ACPs (Ações Civis Públicas) e, no dia 26 de outubro, obteve duas liminares favoráveis: uma impedia a demolição do prédio e a outra proibia a retirada dos índios da Aldeia Maracanã. No entanto, em 13 de novembro, a desembargadora Maria Helena Cisne, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), revogou as duas decisões. 

Saiba mais em: 
http://www.portal2014.org.br/noticias/11072/OBRA+DO+MARACANA+AMEACA+IMOVEIS+TOMBADOS.html

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Lendas (Parte VII) - A Origem do Fogo

No inicio do mundo, a única fonte de calor era o sol. Os homens não podiam defender-se do frio e os alimentos eram comidos crus. Só Minarã, um estranho índio, conhecia os segredos do fogo e os guardava só para si. A cabana de Minarã, onde o fogo era guardado sempre aceso, era vigiada por sua filha Iaravi. Para descobrir o segredo do fogo, o guerreiro Fiietó transformou-se numa gralha branca e voou até a cabana de Minarã. Iaravi estava no rio banhando-se. A gralha caiu na água e deixou a correnteza levá-la para perto da jovem. Iaravi pegou a gralha, levou-a para dentro da cabana e colocou ao lado do fogo para que secasse. Quando as penas secaram, a gralha roubou um carvão em brasa e fugiu. Minarã perseguiu Fiietó mas não o encontrou pois ele se escondera numa caverna. Quando saiu do esconderijo, ainda como gralha, Fiietó voou até um pinheiro e, com a brasa, incendiou um ramo de sapé. Depois, voou na direção de sua aldeia, levando o ramo no bico. Como o ramo era pesado e o vento soprava aumentando sua chama, era difícil transportá-lo. Fieetó, então, decidiu arrastá-lo pelo mato e acabou provocando um grande incêndio. A floresta ardeu em chamas durante muitos dias. Vendo o incêndio, índios de todas as tribos foram buscar brasas e tições e levaram para suas casas que, desde então, passaram a ter suas próprias fogueiras sempre acesas.

Essa é uma lenda Kaingang

domingo, 4 de setembro de 2011

Os índios Xavante e a lenda da Estrela

     Os xavantes acreditam que as estrelas são olhos de pessoas que nos contemplam todas as noites. Certa noite, um índio que admirava o céu estrelado viu, de repente, uma estrela diferente das outras: brilhava mais, piscava muito e parecia inquieta. O índio se enamorou da sua beleza. Mas, cansado de olhar para o alto, adormeceu. A estrela notando que o seu admirador havia adormecido, desceu até a Terra e transformou-se numa linda jovem. O índio acordou, viu aquela lindeza diante dele, e espantou-se. Depois, trocaram olhares, conversaram e enamoraram-se. Mas a moça não podia permanecer muito tempo na Terra. Entristecida, ela despediu-se para voltar ao céu. Ele demonstrou muita tristeza e ela o convidou para acompanhá-la. Ele aceitou e indagou: "Mas como?" Ela respondeu: "Suba até o alto desta palmeira. Ela crescerá, crescerá, e levará você até o céu." E tudo aconteceu num piscar de olhos. Por algum tempo, eles permaneceram no céu. Porém, como o índio era muito responsável, desejou vir na Terra comunicar à todos da aldeia sobre seu desejo de permanecer no céu. Veio e em seguida, retornou para viver para sempre ao lado de sua amada estrela. Por isso é que, de vez em quando, uma estrela pisca. É o namoro da estrela com o índio.
(Índios Xavante - Vivem em Goiás e Mato Grosso)

domingo, 31 de julho de 2011

Educação básica e superior e as comunidades indígenas

Brasília, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996.

Capítulo II
Seção I

Art. 26º (...)
§ 4º O ensino da História no Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias
para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

Seção II

Art. 32º (...)
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. (Índio Zoró - Mato Grosso).

Capítulo V
Seção VIII

Art. 78º O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências de fomento à cultura e de
assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação
escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguinte objetivos:

I - porporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas;
a reafirmação de suas identidades étnicas; a realização de suas línguas e ciências.
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e
científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.

Art. 79º A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educação
intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa.

§ 1º Os programos serão planejados com audiência das comunidades indígenas.

§ 2º Os programas a que se refere esse artigo, incluídos nos Planos Nacionais de Educação, terão os
seguintes objetivos:

I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua materna de cada comunidade indígena;
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado à educação escolas nas
comunidades indígenas;
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes
às respectivas comunidades;
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e diferenciado.

                                                    185º da Independência e 108º da República,
                                                                                                                  Fernando Henrique Cardoso.